Série: Demência­

Doença de Alzheimer

Como conviver com um paciente de Alzheimer e garantir
a q
ualidade de vida do familiar?

O Alzheimer é uma patologia em que as memórias e lembranças do dia a dia são apagadas.

No Brasil o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer foi instituída pela Lei nº 11.736/2008 e de acordo com o Ministério da Saúde estimase que existam 1,2 milhão de casos. A maior parte deles ainda sem diagnóstico e, no mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a Doença de Alzheimer.

Para seguir nessa jornada sem prazo de finalização, algumas ações fazem toda diferença – como estabelecer relações de carinho, respeito, confiança e se munir de informações sobre o tratamento, buscando apoio em entidades especializadas como a Associação Brasileira de Alzheimer ABRAZ.

A Doença de Alzheimer impacta a vida não do paciente, mas também do cuidador familiar e/ ou profissional. Esse cuidado precisa ser coletivo, pois assim preserva o bem-estar físico e psicológico de todos.

O ideal para o atendimento desse assistido é que seja mais de um cuidador, para que ninguém fique sobrecarregado. A rede de apoio é muito importante, principalmente no estágio avançado – a doença é progressiva e, por isso, o idoso precisa de atenção integral.

Algumas ações em nossa casa se fazem necessárias quando nos deparamos com esse diagnóstico – como colocar corrimão, fechar armários e gavetas com substâncias perigosas ou cortantes, bloquear acesso às escadas, tirar as chaves da porta.

Fernando Aguzzoli, escritor do livro Quem eu? Uma avó. Um neto. Uma lição de vida, em sua publicação disse que foi difícil aceitar quando a avó se esqueceu dele pela primeira vez.

Ele acrescenta que cada dia precisava criar uma nova maneira de lidar com a situação. O humor o ajudou e também a sua família. Depois descobriu que eles se esquecerão da gente todos os dias, mas o amor nunca será apagado.

E ele continua exemplificando o assunto com as palavras da avó que tem Alzheimer: “Não sei quem você é, mas eu te amo”.

Vale a leitura desse excelente livro!

Segundo Dr. Eduardo Damin, especialista em neurologia cognitiva e comportamental pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo HCFMUSP, os sintomas variam de acordo com o estágio da doença. No início, o idoso demonstra dificuldade para executar atividades simples – como se alimentar, vestir-se e até andar, devido ao acúmulo de substância anormais no cérebro (a proteína beta-amiloide, por exemplo).

Esse acúmulo gera morte progressiva dos neurônios.

Atualmente a doença de Alzheimer já conta com algumas opções terapêuticas que podem melhorar a qualidade de vida do paciente e diminuir os sintomas. O tratamento é multidisciplinar e de acordo com as habilidades de cada pessoa.

Uma dica para o cuidador profissional é colocá-lo para participar de atividades que o estimulem – como arte, dança e leitura.

Em casa, devemos incentivá-lo a fazer coisas simples como arrumar a cama, secar, guardar louça, molhar plantas, etc.


Marta Valeria dos Santos
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